“Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são
lícitas, mas nem todas edificam.” Paulo, 1 Epístola aos Coríntios
Aproxima-se o carnaval e com ele as indagações a respeito de
nossa conduta, como cristãos e espíritas.
De acordo com a lei temporal, em especial o Estatuto da Criança e
do Adolescente, a regulamentação da entrada e permanência de
criança e adolescente, desacompanhado dos pais ou responsável,
em bailes ou promoções dançantes, bem como sua participação em
espetáculos públicos e seus ensaios, compete à autoridade
judiciária (art.149, do Estatuto da Criança e do Adolescente).
As Leis Divinas, que são eternas e imutáveis, estão escritas em
nossas consciências, segundo nos ensina O Livro dos Espíritos,
convidam-nos, invariavelmente, à prática do bem, do bom e do belo.
Da análise conjugada das duas leis, a temporal mutável e a Divina
imutável, podemos encontrar parâmetros para decidir, o que é lícito
e nos convém. Assim, não se trata de proibir ou permitir que as
crianças, adolescentes ou mesmo os adultos frequentem as
festividades de carnaval, que não encontram proibição na lei
temporal, mas limitações em decorrência de critério etário. Mas de
decidir, de acordo com as Leis Divinas, se a participação nestes
eventos nos convém.
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Do Circo Máximo, em Roma, passando pelas Saturnais, os bailes
de máscaras em Veneza, até o nascimento da expressão latina “a
carne nada vale”, cuja primeira sílaba de cada palavra, forma
CARNAVAL, deram-se várias formas de comemoração, com um
ponto em comum, qual seja, a extravagância.
No entanto, não é o Carnaval em si que traz consequências
negativas, é o comportamento do indivíduo no Carnaval que pode
prejudicá-lo, sobretudo em virtude do clima moral e psíquico que
existe nesse período, que favorece o comportamento alucinado e a
perda do autocontrole (FRANCO, Divaldo Pereira; LOPES, Luiz
Fernando (org.). Sexo e Consciência. Salvador: Livraria Espírita
Alvorada, 2013, p.395/396).
E passado o carnaval, em muitos foliões, eclode a culpa, pelos
excessos praticados em nome do prazer, cujo processo de
depuração pelo exercício do autoperdão e autoiluminação, pode
durar, bem mais que cinco noites de festa.
Assim, podemos utilizar o feriado de carnaval para o descanso com
a família e/ou o encontro de jovens, onde possam expressar sua
alegria e vitalidade de maneira leve e saudável, como ocorre na
CONJEMAT (Confraternização dos Jovens Espíritas de Mato
Grosso), evitando nos contaminarmos com os efeitos deletérios de
locais apelativos, onde há abuso de álcool, drogas e exposição
vulgarizada do sexo.
E na hipótese dos adolescentes insistirem em participar de alguma
festa, os pais devem ser firmes no seu dever consciencial de
colaboração com Deus para a formação do caráter dos filhos,
orientando-os com base nas Leis Divinas para persuadi-los a
viverem aquilo que é lícito e convém. No caso de filhos adultos, que
já vivem às próprias custas, cabe aos pais sugerir a eles que evitem
tais ambientes pelos motivos refletidos.
A educação dos filhos, como ensina Divaldo não deve ser
repressiva, mas orientadora, firme e vigilante. (op.cit.,p.397) Os
pais, como educadores morais, devem fazer tudo que é possível
para evitar que seus filhos sucumbam às armadilhas do sexo
precoce e da utilização de drogas lícitas ou ilícitas. Para isso é
necessário que eles se deem ao trabalho desafiador de educarem
os seus filhos para a prática das virtudes.
E para isso é necessário que os pais também se eduquem e
vivenciem o Evangelho de Jesus, para que o carnaval possa se
transformar em momento de diversão com responsabilidade e amor,
ao próprio corpo que nos foi dado por empréstimo, com a finalidade
da evolução do Espírito Imortal, em mais uma etapa reencarnatória.
Regilaine Magali Bernardi Crepaldi – FEEMT – REGIONAL 13.